domingo, 7 de agosto de 2022

...

anoitece-me 

o poema

na rosa vermelha 

de sangue.

já não voa, 

já não sonha:

tem o ar 

preso na asa.

que hei-de fazer 

agora,

com esta flor 

esquecida?

guardá-la em livro 

não lido

seria

poema branco 

perdido.

já sei: vou pingá-lo

pouco a pouco

no caminho que terei.